23.02.17 – Conversando sobre câmeras

É uma questão de escolha.

Os CCDs dedicados associados com pequenos refratores, de distância focal abaixo de 400mm, com qualidade ótica boa, permitirão fotografias de céu profundo e objetos, sem um grande campo. Na prática é um conjunto com valor alto, especialmente se o CCD for grande como da ASI 1600,. Pode ser associada com placas de Peltier para refrigerar o CCD diminuindo bastante os hot pixels. Para subir de nível pode usar um CCD monocromático, com roda de filtros e filtros coloridos, ou até o conjunto da Hubble Palette, obtendo imagens fantásticas. O investimento também aumenta pelo uso de uma roda de filtros, e os filtros.

Eu optei por iniciar com DSLR porque foi um investimento que uso também durante o dia e porque já tinha algum investimento em lentes para a DSLR. Uma câmara CCD só é usada à noite. Eu tenho dois newtonianos Orion de 8″ e 10″ que uso para visual e astrofotografias, e isto me satisfaz em ambos os casos, dado o meu nível de exigência dentro do razoável. Outro fator que me fez optar por esta solução foi a pequena quantidade de noites abertas na região de Curitiba para praticar.

Figura 1 – NGC:3372 C92 BRTNB RA:10h45 DEC:-59°52′ Eta Carinae CAR
 Orion Skyview 203mm f/4.9 + MPCC + EOS 60D + Atlas EQ-G
5 × 30s @ISO 1.600

Figura 2 – IC.2944 C100 BRTNB RA:11h38 DEC:-63°22′ m:4.5 Lambda Centauri / Running Chicken CEN
 Orion Skyview 203mm f/4.9 + MPCC + EOS 60D + Atlas EQ-G
14 × 30s @ISO 1.600

Na Figura 1 foi usado um tempo de exposição bastante reduzido, mas a estabilidade da atmosfera naquela noite excepcional revelou bons detalhes. Na Figura 2 onde aparece a Nebulosa Running Chicken, basicamente em emissões de hidrogênio, usei mais frames, o que permitiu também revelar os Thackeray’s Globules / Bok Globules [en.wikipedia.org/wiki/Bok_globules], próximos ao aglomerado aberto.

Como eu viajo um pouco, uso uma câmera e um zoom nas viagens, e vou registrando o que vejo.

Figura 3 – Greenwich: Royal Observatory – William Herschel’s Telescope
Figura 4 – Greenwich: Royal Observatory – William Herschel’s Telescope

As fotos da Figura 3 e da Figura 4 foram tiradas com uma câmera que também uso para astrofotografias.

Para melhorar minhas fotos planetárias que exigem alta resolução, não teve jeito de fazer com DSLR, mesmo com uma Powermate 4x. O salto de qualidade veio só com uma ASI 290MC. Sensor pequeno para “cortar” a imagem e aumentar a imagem final.

Figura 5 – Júpiter, outubro de 2020.
Figura 6 – Marte, Outubro de 2020.
Figura 7 – Saturno, Junho de 2018

As astrofotos de alta resolução das Figura 5, Figura 6 e Figura 7 foram feitas com uma câmera CCD ZWO ASI 290-MC associada com uma VIP Barlow 2x ou uma Powermate 4x, com telescópio de 254mm f/4.7.

Também é possível fazer boas astrofotos utilizando lentes de 135mm, 200mm e 400mm. Em certos casos apenas com essas combinações podemos capturar fotos de campos mais largos ou boas panorâmicas como no caso da Figura 8.

Figura 8 – LMC GALXY RA:5h24 DEC:-69°46′ m:0.9 Large Magellanic Cloud DOR
NGC:2070 C103 BRTNB RA:5h39 DEC:-69°06′ m:8.2 Tarantula DOR
EOS 60D + EF 200mm f/2.8L @f/2.8 + Atlas EQ-G
8 × 30s ISO 800
Figura 9 – LMC GALXY RA:5h24 DEC:-69°46′ m:0.9 Large Magellanic Cloud DOR
EOS 6D + EF135mm f/2.0 + Atlas EQ-G
6 × 30s ISO 800

Com um campo maior a Figura 9 mostra a diferença entre uma câmera com sensor full frame e lente 135mm e uma câmera com sensor APS-C e lente 200mm na Figura 8.

Para as minhas opções pessoais estas câmeras e acessórios que fui adquirindo ao longo dos anos proporcionam satisfação neste hobby. Para fotografias mais sérias comecei usar autoguiagem, e um tratamento um pouco mais refinado, ainda usando Fitswork e Photoshop, como na Figura 10 abaixo.

Figura 10 – NGC 5236 M83 GALXY RA:13h37 DEC:-29°52′ m:7.54 Southern Pinwheel / Seashell HYA
Orion Skyview 254mm f/4.7 + MPCC MK III + EOS 80D + Atlas EQ-G
LVI2 Autoguider + Baader Vario Finder 10 × 60
21 × 30s ISO 1.600

Um entusiasta da astrofotografia deve ir além, com outros telescópios, câmeras, filtros, e softwares de tratamento, como o amigo João Vieira de Portugal que tive a honra de ajudar a moderar um grupo de astrofotografia no Google+, com excelentes publicações dos membros, mas o Google+ foi simplesmente descontinuado e tirado do ar pela Google.
As fotos do João podem ser vistas em: https://joaovieira.zenfolio.com/ e seu observatório urbano em: https://joaovieira.zenfolio.com/material de onde faz astrofotos usando filtros de banda estreita e longas capturas para eliminar a poluição luminosa.

Eclipse Anular – 26/02/2017

Como falado anteriormente aqui no blog, dia 26/02/2017 aconteceu o eclipse anular do Sol. Em Curitiba, o Domingo de Carnaval amanheceu com o tempo aberto, com algumas nuvens pintando o céu aqui e ali. Uma verdadeira alegria para os astrônomos de plantão, principalmente depois da noite chuvosa que antecedeu o tão aguardado eclipse.

O Nevoeiro não fez nenhum encontro público para a observação do eclipse, mas os membros se empenharam e enfrentaram o Sol forte para registrar o evento. O Marcelo Martins fez um relato bem divertido e interessante em seu blog pessoal. Você pode conferir o texto na íntegra clicando aqui.

Confira abaixo algumas imagens feitas pelos amigos do Nevoeiro.

Marcelo Martins

Elaine Martins

Leandro Egídio

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Fernando Augusto Lopes

O Fernando foi até a praça do Japão e fez uma projeção do Sol utilizando um espelho. Ideia genial, de uma pessoa genial. =D

Vítor

Vítor Ramon

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Cometa C/2013 US10 Catalina

Nos meses  Agosto e Setembro de 2015 conseguimos observar o cometa C/2013 US10 Catalina, pelas previsões com Mag entre 7.5 e 8.

Conseguimos localizar ele  no dia 07 de Agosto no Morro dos Perdidos, e não foi difícil de localizar, era perceptível pelo binóculo ao sul, próximo da região de Tucana, fiz um registro para lembrar do cometa:

C2013 US10 Catalinha
C2013 US10 Catalina

O Fernando fez esta foto abaixo no dia 08 de Agosto, na região de S. Luiz do Purunã:

C2013 US10 Catalinha by Fernando
C2013 US10 Catalina by Fernando

E esta foto foi em 12 de Setembro , próximo a Tijucas do Sul, feita pelo Reginaldo:

C2013 US10 Catalina
C2013 US10 Catalina by Reginaldo

Gostou, mais fotos legais aqui:

O cometa C/2013 US10 Catalina continua mais um tempo nos céus, mais detalhes dele e como localizar na página da REA-Brasil.

Boa caçada ao cometa.

511mm – Motorização

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No dia 06 de setembro de 2015, três membros do Nevoeiro foram à chácara na qual está instalado o telescópio 511mm para trabalhar na motorização do mesmo. Para quem não está por dentro, o equipamento de 511mm de abertura pertence ao Armazém do Telescópio e foi cedido para o Nevoeiro pelo Leandro.

Como se trata de um equipamento robusto e bastante pesado, não há possibilidade de ficar transportando o mesmo. Dessa forma, ele está fixo em uma chácara na região metropolitana de Curitiba.

Embora o telescópio já tivesse um projeto de acompanhamento em funcionamento, o mesmo não estava atendendo às expectativas. Por isso, o Reginaldo Nazar, com ajuda financeira de vários membros do Nevoeiro, fez um projeto utilizando Arduíno e motores de passo que aguentem o peso do equipamento.

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Então, no dia 06, foi a hora de ver tudo em funcionamento e testar o projeto na prática. Foram até o local o Reginaldo Nazar, Marcelo Martins e a Elaine Martins. Depois de algumas horas de trabalho, os motores e engrenagem estavam no lugar.

Com tudo no lugar, foi preciso alinhar novamente o telescópio antes de fazer os testes práticos, pois o vento forte da região conseguiu deslocar o equipamento do seu alinhamento original. Por fim, chegou a hora de apontar o 511mm para o céu e conferir se o projeto daria realmente certo.

Foi um satisfação ver que os dois motores colocados deram conta de tracionar a montagem sem problemas e a velocidade de acompanhamento ficou muito boa para observação visual. Apesar das nuvens e da forte umidade, foi possível observar alguns objetos por um longo período sem ter que mexer na montagem, como mostra o vídeo de Saturno abaixo.

Satuno filme Saida 05 Set de 2015

Enfim, o telescópio tem muito potencial. A ideia agora é seguir o projeto e colocar GoTo no 511mm.

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