Aproveitando os dias de céu bom, temperaturas amenas e Lua em fase favorável, fui novamente ao campo para uma experiência com a autoguiagem nas astrofotos.
Cheguei ao local de observação pouco após as 19h00 e iniciei a montagem. É um processo um tanto demorado para fazer astrofotos, pois exige um bom alimento do eixo R.A. (ascensão reta) com o pólo sul celeste. Com um vento fraco, também montei uma barreira contra ventos que improvisei e deixo no local de observação; ela tem se mostrado muito útil para isso, e até para conforto nas observações.
Tudo ajustado, dei uma passeada por Órion e sua grande Nebulosa, e iniciei o processo de preparo para registro das imagens. Encontrei uma estrela guia, ajustei a buscadora, o foco da buscadora, e acoplei a câmera da autoguiagem. A autoguiagem LVI-2 demorou para encontrar uma estrela guia, pois é do tipo autônoma, sem uso de laptop; resiste bem ao orvalho, é robusta, porém seu processador é mais lento. Todo o processo consome um bocado de tempo, e foi por este motivo que não adotei ele na série de fotos que fiz de todos os objetos possíveis de Caldwell e Messier (talvez eu seja o primeiro do estado que concluiu isso). Na minha região essas noites de céu bom são raras e precisei optar por astrofotos minimalistas para completar a tarefa que me consumiu sete anos. Agora posso me dedicar no aperfeiçoamento de alguns registros.
Nesta sessão fotografei o Tripleto de Leão e a Markaria’s Chain novamente. Até para comparar com o registro que fiz dela na semana anterior. Com menos frames gostei mais do resultado com a autoguiagem, pois revelou mais detalhes. Aproveitei também para registrar a região de M87, imediatamente ao lado, com mais alguns frames.
Perto de 23h00 orvalhou embaçando a lente da buscadora, e o espelho secundário, exigindo uma intervenção com o soprador de ar quente (secador de cabelos). Aprendi com o Reginaldo que após a precipitação do orvalho o céu melhora, e de fato isso aconteceu, mas já passando de meia noite resolvi encerrar após mais algumas fotos.